" Eu não sei o que falar”
" Eu não sei por onde começar”
" Ela vai ficar olhando pra minha cara sem falar nada?”
" Não sei se me sinto confortável em falar da minha vida pra quem eu não conheço”
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Uma paciente chegou ao atendimento encaminhada por outra paciente que havia atendido há algum tempo. Mandou mensagem pelo WhatsApp, marcamos o primeiro encontro. No dia do atendimento, ao abrir a sala de entrada online, lá estava ela, tímida, sem fazer muito contato visual, um tanto ansiosa. As palavras saiam de sua boca como uma torneira aberta.
Outra vez, chegou outro paciente, esse mais silencioso, quieto, as palavras chegavam devagar, um tanto monossilábico, foi como comer mingau pelas beiradas.
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Não posso afirmar como será o primeiro atendimento, e o paciente também não consegue garantir como se comportará quando estiver cara a cara com a psicóloga e/ou com ele mesmo. Em toda terapia, seja com pessoas que já tiveram contato com o processo terapêutico, seja com quem está iniciando pela primeira vez, cada sessão é uma surpresa, um encontro, um mistério. Contudo, posso oferecer uma escuta atenta e um espaço empático, seguro e acolhedor que consiga abraçar o discurso do paciente, da forma como vier e do jeito que chegar. Juntos caminharemos nas incertezas, dúvidas, palavras truncadas, silenciosas, as que gritam, e ao que se apresenta no meio tempo de um silêncio, no olhar e na respiração. Uma postura de acolhimento às legítimas angústias, transforma, transporta e sustenta as dores de existir.
Não tem jeito certo de iniciar
“Ora, terapia é antes de mais nada, e sempre será, uma conversa. Faça-se dela o que quiser e o que se conseguir”
( Roberto Gambini)
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